Ter uma excelente qualidade de descanso é essencial para a saúde de modo geral. Pesquisas já demonstraram uma noite de sono reparadora pode beneficiar na melhora do humor, da concentração, além de fortalecer o sistema imunológico e previnem condições cardíacas e metabólicas.
Uma noite de sono satisfatória está diretamente ligada ao estilo de vida e a alimentação do indivíduo. Diante disso, uma pesquisa recente sugere que o tipo de proteína ingerida na alimentação pode ter impacto na qualidade do sono.
O estudo, divulgado no início de março no The Journal of Clinical Nutrition, revelou que as proteínas de fonte vegetal podem ser mais vantajosas para o sono em comparação às proteínas provenientes de animais. Além disso, os pesquisadores identificaram que os alimentos de origem animal podem, de fato, prejudicar a qualidade do sono.
Para o trabalho, os pesquisadores analisaram os dados de 83.338 mulheres e 14.796 homens, que foram recolhidos de três bases: o Nurse’s Health Study e o Nurse’s Health Study 2 (ambos com dados sobre mulheres), e o Health Professionals Follow-up Study (que inclui apenas homens). Eles avaliaram os hábitos alimentares dos participantes por meio de um questionário validado de frequência alimentar que incluiu mais de 130 itens alimentares diferentes.
De acordo com o estudo, a ingestão total de proteínas não teve impacto na qualidade de sono. No entanto, ao comparar as categorias de proteínas, os pesquisadores encontraram diferenças: mulheres que consumiam maiores quantidades de proteínas vegetais relataram uma melhor qualidade de sono, mas a mesma tendência não foi tão evidente nos homens.
Os pesquisadores também descobriram que o maior consumo de carne vermelha processada e de aves estava associada a uma pior qualidade de sono, enquanto a carne vermelha não processada afetou negativamente o sono apenas nas mulheres. O consumo de proteína láctea foi associado a um melhor sono na coorte de participantes do Nurse’s Health Study 2, mas a mesma associação não foi encontrada nas outras coortes. O consumo de peixe não teve efeito na qualidade do sono.
De acordo com a ABS (Associação Brasileira do Sono), cerca de 73 milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para ter uma boa noite de sono. A dificuldade para dormir está associada a condições de saúde como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, depressão, ansiedade, entre outras.
Para o clínico geral Marcelo Bechara, é fundamental reduzir o tempo de exposição às telas para melhorar a qualidade do sono. “O cotidiano influencia e, atualmente, o que mais interfere são as telas: celulares, televisões, tablets e outros. O excesso de luz durante a noite afeta o processo de criação de melatonina, hormônio do relaxamento”, afirma.
Fonte: CNN Brasil
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